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23 de Abril de 2024

Crise na PGR: Lava Jato não é órgão autônomo, diz Augusto Aras

Publicado por Juri Descomplica
há 4 anos



O fim de semana invernal parecia tranquilo, mas não para os membros da Lava Jato. Uma crise interna tendo, de um lado, a procuradoria-Geral da República e, de outro, procuradores da força-tarefa da Lava Jato, motivou a saída de três procuradores da operação: Hebert Reis Mesquita, Luana Macedo Vargas e Victor Riccely Lins Santos, que trabalharam nos casos da Lava Jato em Brasília. Uma quarta procuradora também teria deixado a operação no início do mês, Maria Clara Noleto.

A saída tem relação com uma "visita" da subprocuradora-Geral Lindora Maria Araújo, chefe da Lava Jato no STF e STJ, à força-tarefa da Lava Jato de Curitiba. A visita foi vista como uma "inspeção" sobre o andamento da operação no Estado, situação que foi inclusive levada à Corregedoria do MPF por membros de Curitiba, em reclamação contra a própria instituição.

Segundo os procuradores, o pedido de acesso a informações locais não teria sido formalizado, nem foi esclarecido se existe procedimento instaurado que justificasse o compartilhamento de dados. A ação de Lindora foi considerada, pelos procuradores no Paraná, fora do padrão e pareceu indicar uma investigação sobre a força-tarefa.

Entre os pedidos, Lindora teria solicitado acesso a um sistema utilizado pelos colegas do Paraná que grava ligações. Teria, ainda, pedido acesso a bases de dados e procedimentos, sem, no entanto, prestar informação sobre o objeto pretendido.

Compartilhamento sim, mas não informal

Em nota, a PGR informou que a visita "não buscou compartilhamento informal de dados", mas sim a obtenção de "informações globais sobre o atual estágio das investigações e o acervo da força-tarefa, para solucionar eventuais passivos". De acordo com a PGR, a visita foi agendada previamente, um mês antes, e a solicitação de compartilhamento de dados se deu por meio de ofício, tendo respaldo em decisão judicial que determina o compartilhamento de dados sigilosos com a PGR para utilização em processos no STF e STJ.

A nota diz ainda que sempre ocorreu o intercâmbio de informações entre a PGR e as forças-tarefas nos Estados. Ao final, diz: "A PGR estranha a reação dos procuradores e a divulgação dos temas, internos e sigilosos, para a imprensa."

Em outra nota, a PGR “deu um recado”, dizendo que a Lava Jato "não é um órgão autônomo e distinto do MPF, mas sim uma frente de investigação que deve obedecer a todos os princípios e normas internos da instituição".

O órgão afirmou que a saída dos procuradores não terá "qualquer prejuízo para as investigações".

O agastamento fez com que Lindora decidisse, neste domingo, 28, retirar sua candidatura a vaga no Conselho Superior do MPF. Eleição será nesta terça, 30.

Reação

Após a crítica do MPF à Lava Jato de Curitiba, o chefe da força-tarefa no Paraná, Deltan Dallagnol, manifestou-se em seu Twitter defendendo um "trabalho independente".


Em seguida, Roberson Pozzobon, colega de Dallagnol, retwittou o colega e deu sua declaração: "a independência funcional não é um luxo".

Unidos

A Procuradoria do Paraná divulgou nota expressando "sua integral confiança nos procuradores da República Hebert Reis Mesquita, Luana Macedo Vargas, Maria Clara Noleto e Victor Riccely Lins Santos", que trabalharam nos casos da Lava Jato em Brasília.

"São procuradores da República competentes, dedicados, experientes e amplamente comprometidos com a integridade, a causa pública e o combate à corrupção e enfrentamento da macrocriminalidade."

+ Tese da Revisão do Teto Cumulada com a Revisão do Buraco Verde

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O PGR nem devia ter avisado a visita, a independência funcional, deve ficar sob a égide da hierarquia do Ministério Público, não há sentido em se sentir frustrado em compartilhar informações obtidas em investigações, com demais membros do próprio órgão ao qual está vinculado. continuar lendo